terça-feira, 10 de abril de 2007

Salvador/BA Impressões de um turista...


Para quem não iria viajar para o EREH (Encontro Regional dos Estudantes de História) em Salvador na Bahia devido a falta de grana, até que ter resolvido ir de última hora não foi tão mal assim... Estava na faculdade tomando uma cerveja com o pessoal que estava se preparando para enfrentar 16 horas de viagem e insistiram tanto que acabei resolvendo ir, foi o tempo de pegar uma moto chegar em casa, jogar as coisas na mochila e voltar pra pegar o ônibus. Seguimos viagem as 22:00 hs mais ou menos.

Na verdade, o que mais pesou é que é o último ano como graduando que estou, então a viagem teve meio que um "bota fora"... acho que estou me cansando de chegar nesses eventos como mero estudante. Nos próximos, quero estar em uma hierarquia mais alta, já que na Academia essas coisas funcionam assim.

No caminho, já começamos a tomar uma cachaça brejeira, acho que 80% composta de álcool e teve outras coisas rolando também, pra amenizar o tédio da viagem. Violões, músicas... até The clash e Ramones rolou no som do ônibus... que axé e reggae que nada...

Passando a noite na estrada, parando de vez em quando para o povo esticar as pernas, eram mais ou menos 25 pessoas, entre estudantes de História e Geografia da UEPB. Amanhecemos pra tomar café em Aracajú. destaque pra Jefferson que comprou um pão a 2 reais, eheheh e sem direito ao café, rs.

A viagem seguiu sem imprevistos, apesar da fama dos assaltos que acontecem nesse percurso. Chegamos em Salvador as 14 hs se a memória não me falha. Foi o tempo de encontrar uma sala no colégio onde aconteceu o encontro, tomar um banho e descer para o pelourinho, que ficava a uns 15 minutos andando de onde estavámos. Minha primeira impressão é que apesar da hospitilidade e jeito tranquilo das pessoas é uma cidade muito tensa. Coisa normal nas metropóles brasileiras.

Pelourinho... baianos e baianas para todos os lados. Começam os assédios de vários vendedores de artesanato que te oferecem um "presente" da bahia por 20 reais, mas se você disse que tá duro, eles vendem até por 5 reais. O que me interessou foi o ar colonial, a riqueza histórica que transborda em todos os lados daquela parte da cidade. Depois vimos uma procissão passando, comprovando a forte religiosidade daquele pessoal. Enfim, primeiro dia, contato total com uma cultura muito diferente da minha e para não fugir a regra, comi altos acarajés por lá e acordei com uma tremenda dor de barriga no dia seguinte. Óleo de dendê é melhor que lacto purga.

Os dias transcorreram entre porres, shows a noite que ocorriam no colégio onde estavámos. Gostei da única banda de rock que tocou, chamada Viralatas de Luxo. Ainda deu tempo bater um papo com o guitarrista da banda que depois do show que no final gritou no microfone; "bando de pagodeiros!" ehehehe, dou valor...

Também foi a única banda nessa linha... O que mais rolou foi reggae, forró... ( a gente vem de Campina Grande que rola um mês de forró todo dia, e nas calouradas um povo barbudo e de visual indiano ainda chama trios pra tocar e dançar quadrilha pra dar uma de intelectuais...) e uma dupla lá de funk que se chamava "Solange abre as pernas" que se denominava como Drag PUnk Funk, eheheh. Dei valor... ainda "dançei" com uma baiana de Feira de Santana hehehe. Já ouviram o ditado; tá no inferno, abraça o capeta... porra! Mas as letras eram legais: "solange abre as pernas/ abre as pernas/ o cú é um buraquinho" e por aí vai...

Destaque pra o banho coletivo... me lembrou e muito um campo de concentração... fazer cocô então, se vc não fosse logo, assim que o pessoal da limpeza ajeitava os banheiros estava sujeito a ver todo tipo de coisas nauseantes, como merda ao redor de toda borda do vaso sanitário. Tem gente que vai nesses encontros só pra fazer isso, eu creio. Tinha 2 mil pessoas ao todo, creio, díficil de imaginar quem teria a cara de cagar na borda do vaso e depois vomitar na pia onde todo mundo escovava os dentes. Isso me estressava um pouco. Enfim, bebi o tempo todo para não esquentar.

Então, não poderia de deixar de citar a beleza daquelas mulheres maravilhosas. Mas é bom frisar que nem todas são apenas bunda e axé na cabeça, Conheci muitas inteligentes e preocupadas com aquela realidade que os cerca em que mesmo as camadas populares negras qe formam uma maioria sobre as elites brancas continuam excluidas e vivendo a margem. Mas que são bonitas e desinibidas pra caramba são... Passei um dia com Rafaela que mora há algum tempo por lá na praia e em sua casa e fui recebido por sua mãe com Carurú, camarões, vatapá e arroz na mesa... foi de lamber os beiços. Tudo muito regado a cerveja.

A volta foi sem incidentes, muito tranquila... aconteceram coisas e fatos que também não dá pra listar por aqui. Quem viu, viu... Quero voltar lá no carnaval e ver novamente, o que que é que a baiana tem, eheheh. É isso, não esperem analíses profundas demais, apenas vivi e compartilhei experiências com pessoas que agem e pensam diferentes das que vivem aqui. Ficou um gosto de quero mais... Salvador me aguarde novamente.

Cheers!



2 comentários:

  1. hahahhaahha gostei da narrativa. Parecia que muita coisa passava novamente pelos meus olhos. Essa viagem foi mesmo do caralho. Pensei que fosse reservar mais espaço para falar das baianas, já que era seu principal foco durante toda a viagem...
    Mas ficou massa mesmo. Senti saudades geral....
    Cuiabá que nos espere hehheeh

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  2. Joaqim meu amigo, q idéia...
    Olha não posso negar q caí na risada, me diverti só vc mesmo...
    gostei de vc ter colado fotos da banda q bom q vc ainda toca mas pensa em tocar bem, não como antes q era muito ruim...srsrsrsrsr
    Nos convide para o show aki em jampa...
    Td de bom

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