sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sitrans de Campina Grande versus mestrandos e doutorandos



Campina Grande tem mania de metrópole, tem mania de grandeza a começar pelo nome... Campina tem mania de megalomania. Mas não importa, sempre será uma província. Uma província cujas elites não passam de caboclos querendo ser ingleses, como já cantava nos perdidos anos 90, aquele mauricinho desafinado, metido a poeta e a politizado chamado Cazuza.Campina é uma província na qual se faz de tudo para que o jogo continue de cartas marcadas, mesmo que seja através de concursos, eleições, debates e qualquer outra prática que se tenha como democrática.
Uma das coisas na cidade que me deixa profundamente incomodado é a questão do monopólio no transporte público exercido por certas empresas ligadas a partidos e grupilhos políticos locais. O Sindicato de TRansportes Públicos de Campina Grande, o SITRANS, tem mania de tratar os estudantes da cidade como gado. Isso mesmo, não existe outra definição ou caracterização para o tratamento que dão a quem precisa ir até a sede de tão grandiosa instituição para ter garantido seu direito básico a meia passagem nos ônibus. O setor de atendimento ao público fica no primeiro andar e, ontém, cheguei a ficar UMA HORA E MEIA na fila esperando atendimento, em uma sala que fazia um calor infernal. Os 3 patéticos ventiladores que eles colocam para arejar o local não serve nem pra disfarçar o mormaço e a catinga de suor que as pessoas começam a emanar quando se passa mais de cinco minutos ali dentro. O tamanho do absurdo é grande: ontém quando eu estava lá, uma menina desmaiou e foi retirada por outras pessoas para ser atendida do lado de fora, tamanho era o calor lá dentro.
Se alguma parte dos lucros desse aumento absurdo que houve de 1,70 na tarifa urbana, em uma cidade do tamanho de um ovo é abusurdo, fosse usado em forma de retorno no atendimento público, isso poderia ser evitado. Mas que retorno ao público que nada... Anchieta Bernardino tem coisas mais importantes pra se preocupar, como por exemplo, negar o direito a meia passagem de uma parcela dos estudantes que seriam aqueles que estão na pós-graduação.
Pois é, para o sapiente chefe do SITRANS, os pós-graduandos não são estudantes. Eu poderia dizer que as pessoas, no geral, são estudantes a vida toda, talvez não pessoas como ele, claro. Mas isso é outra história. Segundo o DCE da UFCG, estão sendo feitas negociações entre a instituição dos estudantes e a dos vampiros, ops... quer dizer, sindicalistas. Nesse ínterim, como mestrando não tenho direito a me locomover pela cidade com a meia passagem. Espero que meus 1,70 estejam, pelo menos, servindo pra complementar o whiske dos empresários de transportes que financiaram a campanha do prefeito e do superintendente do SITRANS, já que pra manter de pé este absurdo é capaz até de articular conspirações nefastas com o PROCON. Eu só digo uma coisa: vai gostar de 1,70 assim na casa do satanás, infeliz!

2 comentários:

  1. Rsrs...

    A risada é pela forma como escreves e não pelo drama que está vivendo, sei bem o que passa, também passamos por esses problemas e outros até piores. Por exemplo se quisermos ir pra casa a tarde temos que ir para pista pegar carona ou desbolsar 2,00 reais para a moto táxi, pois o ônibus só vai levar, e isso por que pagamos o busu.

    Mas em contrapartida temos histórias legais, aqui tem alunos com casa, luz e água paga pelos governantes de suas localidade e outros pagam o transporte diariamente para eles virem para a facul.

    Nossos prefeitos e governadores precisam ter consciência de que investir em educação é um investimento em cidadania e desenvolvimento local.

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  2. É simplesmente imoral. Passei seis anos de minha graduação pagando quatro passagens à mesma empresa, pois não há ônibus ligando meu bairro ao da universidade. Todos os dias "Hiberno" no ponto do ônibus, esperando a lata de sardinha com um condutor estressado, rezando para ele não passar direto e tentando ignorar a lei de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço... Hoje sou mestrando, e se os autores dessa estupidez acham que não sou estudante, convido-os a assistir algumas de minhas aulas e me acompanharem no meu projeto de pesquisa. Com certeza "pedirão para sair"...

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