terça-feira, 24 de março de 2009

Dá-lhe Brasil!



Eu poderia fazer um post só para registrar o quanto fiquei contente ao saber que foi mesmo confirmada a participação dos cariocas da banda Matanza no Abril Pró-rock de 2009, para abrir o show da Motorhead. Eu diria que fiquei mais que contente vendo a informação no site do evento, porque a sensação que estou é a que um sonho prestes a se realizar e melhor que isso é fazer parte da mobibilização da old guard de João Pessoa (velhos amigos que nem sempre posso visitar) para nos encontrarmos no show, colocar os papos em dia e tomar todas. Porém, essa semana algo absurdo aconteceu e foi divulgado em cadeia nacional e acho que é algo sério, que merece ser comentado.

"A professora Glaucia Teresinha Souza da Silva, 25 anos foi agredida por uma aluna da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bahia, da Capital e foi internada no hospital local com traumatismo craniano. A discussão teria sido motivada por indisciplina da aluna. A agressão ocorreu quando a professora foi até a sala de aula da estudante da 8ª série para buscar a aluna e levá-la à direção, após um desentendimento entre as duas. A adolescente alega ter sido ofendida e admite ter empurrado a professora, que bateu a cabeça na parede, desmaiou e foi encaminhada ao HPS". (http://zerohora.clicrbs.com.br)

Vejam bem... essa semana substitui uma colega que precisava se ausentar da sala de aula por um dia em uma escola particular aqui da cidade. Fiquei estarrecido com o clima de imbecilidade e de mediocridade que impera entre os alunos na sala de aula. Posso resumir que minha grande experiência como "educador" se resumiu a intimidar, para estabelecer o mínimo de ordem na sala de aula, meia dúzia de mauricinhos mimados que acham que porque o papai paga a escola, tem o direito de tirar onda da cara do professor. Deifnitivamente, a universidade não prepara a gente para isso. Não prepara para sermos vítimas de agressões, nem para lidar com marginais da pior estirpe ou com imbecis precoces. Tive muita vontade de, em certos momentos, ter disponível a boa e velha palmatória... Sinceramente, teria sido uma experiência bem mais válida como professor.
O pior é que eu achava, como tinha tido uma experiência até legal como professor de escola pública, que na escola particular iria ser melhor ainda, em se tratando de pessoas que deveriam corresponder, se dedicando as aulas, aos esforços dos pais em custear-lhes os estudos. Mas na escola pública, as pessoas são mais tranquilas, porque muitas vindo de origens sociais humildes, se esforçam, se agarram aquelas aulas como se fosse mesmo algo que lhes vai proporcionar mais oportunidades de melhorarem de vida. Na escola particular, ocorre o contrário... A diretoria, por querer manter seus cofres cheios, acoberta toda canalhice dos alunos e estes, bem adaptados com a mentalidade pequeno-burguesa de que o dinheiro compra tudo, em sua grande maioria fazem questão de testar os limites psicológicos do professor, como quem diz: "sou eu que pago mesmo".
No caso dessa aberração da Bahia, a quem não vale nem a pena chamar de aluna, ela já está assistindo aulas novamente na mesma escola. No mínimo, deveria estar prestando serviços comunitários e indo ver um psiquiatra regularmente, porque uma pessoa dessa, apesar da pouca idade, só pode ser doente mental. No caso, dos imbecis mimadinhos das escolas particulares o que digo é que vão ter que achar outro pra encher o saco. Como lhes disse em sala de aula, não passei 6 anos da minha vida para ficar tendo meus limites testados por cinco ou seis bucefálos masturbadores. E pensar que é a essa geração idiota, burra e asquerosa que chamam de "futuro do BRasil"... Nossa, é, realmente, um futuro bem promissor.

2 comentários:

  1. Não fiquei sabendo desse acontecido aqui da Bahia. Mas infelizmente não fiquei supresa, na época que fiz estágio para o curso normal, o antigo magistério, uma colega nossa foi agredida pela mãe de uma aluna, só porque ela chamou atenção da garota na aula.
    Não sei no que deu a história, acho que até hoje transita na justiça.
    Logo que terminei o curso normal entrei na universidade e em dezembro estou formada. E não me sinto nem um pouco preparada pra esse tipo de situação ou simplesmente para o caos que está nosso educação.

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  2. Eu aconselho a tí entrar em uma pós-graduação para poder ter a qualificação exigida em concursos para vagas nas universidades. Pelo menos, em tese, é um ambiente melhor de se trabalhar. No mais, a única palavra que acho que designa mesmo a situação da educação no Brasil é "horror".

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