domingo, 29 de março de 2009

O escafandro, a borboleta, o cigarro e o vagalume



Depois de assistir o filme "O escafandro e a borboleta", baseado na vida e no próprio romance escrito por Dominique Bauby, editor da revista Elle, na França,estou tentando parar de fumar os cigarros industriais. Não que eu queira viver para sempre, claro, como a linda mulher do Rob Zombie, interpretando uma sádica degenerada em Rejeitados pelo Diabo, ironiza uma das suas vítimas que se recusa a aceitar um cigarro oferecido por ela. Mas depois de assistir ao filme que é baseado nas memórias de Bauby já começo a me preocupar como essa minha caminhada vai findar.
Boêmio declarado, Bauby termina seus dias em uma cama, podendo mexer apenas 1 olho, embora sua mente permaneça funcionando perfeitamente, justamente, como se seu corpo estivesse dentro de um escafandro do qual ele apenas observa o que as pessoas fazem ao seu redor. Como a vontade de se comunicar é, realmente, redentora e com a ajuda de uma paciente secretária, consegue escrever o romance auto-biográfico, que foi sucesso entre a crítica e inspirou o filme, através de piscadas de olho. A questão é que terminar os dias como um bebezão, tendo de estar sendo limpado pelos outros ou sem ter consciência do que se passa ao redor não deve ser a coisa mais legal do mundo. Já experimentei coisa parecida por alguns dias, quando quebrei a minha perna e fiquei 3 dias imobilizado e uns 2 meses de cama. Foi um inferno... imagina passar anos assim.



Por essas e outras, como os fumantes estão inseridos em um grupo de risco favorável a derrames e que Bauby fazia parte, estou parando... foram bons momentos ao lado desses verdadeiros sargentinhos da morte, os quais tem momentos que a gente pensa que eles é que são nossos verdadeiros amigos, por estarem sempre disponíveis quando precisamos e embalados em caixas que transmitem muito glamour e poder. Já estou com saudades dos malditos canudinhos de câncer, mas estou vendo que sustentar a vaidade de ser um fumante tem um preço alto e que, deveras, estou mais disposto a viver do que pagar essa conta.
Agora uma coisa engraçada aconteceu essa semana que é digna de nota. Estava assistindo, no meu quarto, o filme "diversão macabra", um trash movie de gosto duvidável, quando uma pequena luz começa a circular pelo meu quarto. "Pronto, era só o que me faltava", pensei, aí acendi a lâmpada do quarto para constatar que diabos era aquilo. Tratava-se de um pequeno vagalume... fazia muito tempo que eu tinha visto um de perto, assim. Muito tempo mesmo, porque vagalumes são parte das minhas lembranças de criança, quando passava o tempo caçando eles e os aprisionando em vidros de maionese, quando passava as férias no sítio de meu avô. Valeu o susto que tive e as recordações!

2 comentários:

  1. Que o apoio de uma desconhecida? Então já tem, odeio cigarro.
    Adorei a indicação do filme, depois que eu entregar meus 60 relatórios, de apresentar meus 50 seminários, de ler meus 80 livros vou dá um jeito de assistir.

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  2. 1 semana sem fumar... e hoje ainda enchi a cara e mesmo assim, segurei a onda e não fumei! Deve existir futuro pra humanidade! rs

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